Pedagogia da Realidade

2224142.jpg Termo utilizado pela professora e pesquisadora Beatriz Jaguaribe em seu livro “O choque do real: estética, mídia e cultura”, publicado pela editora Rocco.  É um texto imperdível pois consegue abranger e trazer à tona várias particularidades das questões que se colocam hoje em dia tanto em relação ao cinema, como à fotografia: realismo, documental, realidade. Diz a autora: “este livro surgiu da necessidade de compreender como as atuais estéticas do realismo na fotografia, cinema, literatura e meios de comunicação, contribuem para moldar a nossa percepção da realidade”. Perfeito!.  São seis ensaios nos quais Beatriz analisa o realismo nas mais variadas formas de expressão. Fundamental o primeiro ensaio, onde ela discorre historicamente os conceitos de realismo para afirmar que “O paradoxo do realismo consiste em inventar ficções que parecem realidade”. Bomtambém o ensaio sobre realismo na fotografia, este escrito em colaboração com Mauricio Lissovsky. Os outros ensaios passam pelos blogs, reality shows, filmes.Enfim ,uma publicação que vem com forma e conteúdo para balizar a aprofundar nossas questões sobre o tema e a atual produção cultural, estética e mediática. Em tempo a capa do livro é de autoria de Claudia Jaguaribe

Prêmio Porto Seguro de Fotografia

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 Fui à festa de premiação do Porto Seguro de Fotografia. Já havia visto o material antes para poder fazer a matéria para o Estadão. Também precisei esperar que o texto fosse publicado para não furar a mim mesma. Os trabalhos selecionados pelo júri mostram uma panorâmica das experimentações feitas hoje fotograficamente. Aliás, esta parece ser a tônica das últimas mostras como um todo. Muito mais experimentações (que às vezes são absolutamente fúteis e sem sentido, enquanto que em outras fazem todo o sentido).  Em destaque, claro, o trabalho de Cristiano Mascaro, que recebeu o prêmio especial Porto Seguro. Particularmente gostei muito do trabalho  do José Frota, paulista, mas que atualmente mora em Natal. Um trabalho que dá vontade de ver mais. 

                                                    

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  No conjunto vale a pena ver a exposição, até porque foram selecionados trabalhos bem díspares, evitando seguir uma única temática expositiva. Isso imposto inclusive pelo próprio tema deste ano. Paisagens Transitórias”.

foto: Cristiano Mascaro (acima)

foto: José Fronta ( centro)

Homenagem à Amelie Poulain

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Quem assistiu ao filme  “ O fabuloso destino de Amelie Poulain certamente vai lembrar do duende viajante. Quem não assistiu, aconselho a ir até a locadora mais próxima. Bom neste final de semana fui almoçar num restaurante rural em Londrina.  Destes que comemos ao ar livre, comida caseira, etc. Até aí tudo bem. Mas me deparei com situações estranhas: como o macaco de madeira grudado numa belissima árvore e um jacaré falso  no moinho. Imediatamente lembrei do filme.

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Sempre estamos tratando com representações,  com ficção e realidade, etc. Se estamos no meio de uma propriedade rural será que precisamos de falsos bichos para nos dar a idéia e natureza, de mato, et.? Falarei disso mais adiante quando vou resenhar o livro “O choque do real: estética, mídia e cultura”, de Beatriz Jaguaribe. Mas isso fica para depois!

Paraty em Foco

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Como todos (ou muitos) sabem não pude participar da 3ª edição do Paraty em Foco! Pena! Soube pelos meus informantes ( e eles são muitos)  que foi muito bom. Todos gostaram e elegeram seus preferidos. Obviamente não vou dizer, visto que não estava lá. Todas as críticas foram positivas.  O evento amadureceu e cada vez mais se firma como festival. Parabéns ao Luiz Marinho, Marcelo Greco, Giancarlo Mecarelli e Iatã Cannabrava.

Então, plagiando o Granulado que fez mesma proposta por ocasião  Iº Fórum Latino-Americano de Fotografia de São Paulo, peço a quem participou do Paraty em Foco que mande suas considerações.

Foto de Leo Divendall

Um dia de furia! Não dois!

Bom estou de volta depois de mais uma peripécia aérea. A crise para mim agora já não é mais aérea, mas sim  aviária, ou seja um vírus que mata. Mas isso tudo com um tom cômico e de comédia! Muito bem! Na sexta, acordo às cinco da matina (quem disse que Deus ajuda a quem cedo madruga?????) preparo tudo e às 6.30h estou em Congonhas (meu vôo é às 7.30h.). Muito bem. Passo primeiro: temos que mudar a cada momento de portão de embarque devido ao “reposicionamento da aeronave”. Tudo bem. Descemos, subimos, procuramos os portões de embarque, mas pelo menos matamos nosso tempo ocioso (além de fazer musculação, visto quer temos que carregar nossa bagagem. Tudo para nosso bem) . Me divirto com os “pseudos empresários” que tão logo sentam abrem seus computadores como se fossem pessoas importantissimas e  seus negócios não pudessem esperar nenhum minuto. (tenho cá para mim que jogam paciência!)  Aí quando devemos mudar de portão eles correm recolhendo fios, etc. Patético! E todos muito sérios. Bom. Aí começam os gritos, as reclamações, homens (sempre eles, deveria dizer empresários???) que chutam lata de lixo, tem chilique, etc, etc, etc. Dizem a famosa frase: “você não sabe com que está falando!” E ninguém sabe mesmo! Até porque isso não interessa!. Finalmente o vôo que deveria ter saído às 7.30h., sai. São 12.30h.! Bonito, não? Mas o engraçado é que domingo à noite nos encontramos novamente todos na sala de embarque de Londrina para São Paulo. O vôo inicialmente marcado para as 20.20 sai às 21.00h. Dentro do avião um cara (um dos chatos que ficou gritando durante três horas em São Paulo, mas obvio, não resolveu nada) me diz: “Ainda bem que hoje saímos no horário!” Como assim?????? Quase 40 minutos de atraso???????? “Mas isso não é nada!” , me diz ele. Então tá. Mas não acabou. Em São Paulo tem a fila do taxi, que mais parece a fila do INSS (ainda existe?????). Tudo certo. Até que um engraçadinho tenta furar a fila ! E bem na minha vez! Educadamente (juro que sim) digo que há uma fila e sabe o que o cara me responde: “Relaxa e goza”!!!!!!!!!! Pode???????? A minha resposta infelizmente não posso publicar. Mas fui aplaudida pela fila ! Então imaginem!!!!!!

Se o governo, as empresas aéreas e outros soubessem a quantidade de professores (claro que existem outros profissionais, mas quero falar dos professores)  que voam para dar aula em outros Estados e a dificuldade que isso é, não diriam as barbeiragens que dizem! Viajar não é só prazer! Não é sinônimo da boa economia e muito menos de riqueza! Na maioria das vezes neste país que não tem trem nem estradas boas é falta de opção e necessidade visto que temos que trabalhar! Ufa!

Frase do dia

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“Capturei a luz. Interrompi seu vôo”.

Louis Jacques Mandé Daguerre, (1789-1851) que passou para a história como um dos pais da fotografia. A imagem acima foi feita por ele, o daguerreótipo, em 1837. Dois anos antes da Academia de Ciência e Artes de Paris, doar o novo invento à humanidade, mais precisamente no dia 19 de agosto de 1839.

Sobre imagens-choque

Ontem escrevi um post sobre imagens-choque e coloquei três propagandas. Li este conceito num texto do Roland Barthes (eu, particularmente, gosto de outros textos dele sobre fotografia, mas não gosto da Câmara Clara, livro que comprei em Roma, no começo dos anos 80 quando resolvi passar uma temporada na minha cidade natal. Mas esta é uma outra história). O texto imagens-choque foi escrito por ele em 1957 (!!!!!!). Isso mesmo. A tônica é que imagens-choque só nos paralizam. Claro que a publicidade mostrada aqui ontem não é imagem-choque, mas podemos falar de imagens que nos tiram do nosso sossego e daquilo que para nós é confortável. Roland Barthes, e aqui com razão, pelo menos eu acho que sim, é contra a fotografia literal. “Ela introduz ao escândalo, mas não ao escândalo em si!” No caso da propaganda do bebê ela não é literal, por isso já se levantaram muitas vozes. Ainda bem!

Em tempo: este texto do Roland Barthes foi publicado  no Livro “Mitos de hoje”, Editora Seuil, Paris, 1957. Não sei se tem em português. Se alguém souber, por favor, informe ao blog.

Copiando Oliveiro Toscani

071024_f_029.jpgFoi lançada uma campanha publicitária na Italia contra a discriminação homossexual. Um bebê recém-nascido traz no pulso uma pulseira onde no local do nome se lê a palavra “homossexual”. A campanha é da região da Toscana.  A idéia é seer contra o pré-conceito. E foi apoiada (a campanha) pelo governo italiano. Deu no jornal Corriere della Sera. Já consigo antever (e não vou perder por nada) os vários programas de televisão (RAI) onde as pessoas vão gritar, se insultar, falar todas ao mesmo tempo e onde o racismo e os pré-conceitos italianos vão vir à tona,  fácil fácil. Mais uma imagem-choque, mas desta vez o responsável não é o Oliviero Toscani. A Itália ainda está discutindo e mandando tirar os cartazes contra anorexia (esta sim do Toscani) que uma nova idéia aparece no lugar. Tinha razão Guy Debord (embora Susan Sontag, que Deus a tenha, negue!), vivemos na sociedade do espetáculo. O cartaz do bebê faz parte  da divulgação de um festival da criatividade! Há pouco a Itália já tinha entrado em outra confusão coma a publicidade do Dolce Gabbana, enfim…..Oliviero faz escola e, com certeza, na sua fazenda na Toscana ri!

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Em tempo: ainda não achei o nome do responsável pela campanha!

Por cinco dias Paraty vira cidade da imagem

david.jpgnova-imagem.jpgComeça hoje a terceira edição do festival de fotografia de Paraty. A cada ano o Paraty em Foco fica mais consistente. Convidados nacionais e internacionais nos ajudam a pensar a atualidade imagem contemporânea.Nesta noite a festa de abrertura fica por conta de David Allan Harvey, fotógrafo da National Geographic e da Magnum. Além dele David Griffin editor de fotografia na NG, Christopher Anderson, canadense, também ligado à Magnum e o holandês Leo Divendal, que traz a poética de um olhar onírico. Isso sem falar dos destaques nacionais como Eustáquio Neves, Claudia Jaguaribe, Tuca Vieira, Marcos Piffer. Entre outros. Até o final de semana, palaestras, entrevistas, projeções, exposições e muita, muita conversa fotográfica. Uma delícia! Infelizmente este ano não vou poder estar presente. Adoraria, como sempre, entrevistar cada um destes profissionais, mas meus alunos da pós gradução de Londrina me aguardam. Vou seguir de longe! Mas quem puder, vá!

Foto: esq. David Allan Harvey; direita Leo Divendal. Agradeço à produção do Festival o envio das imagens para a divulgação

 

Frase do dia

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“Técnica fotográfica se aprende em 15 minutos. Para ser fotógrafo se leva a vida toda!Gaspar Félix Tournachon, mais conhecido como Nadar (1820-1910).

Para quem acredita que fotografar é só uma brincadeira tecnológica….

Nadar em seu balão para fazer fotos aéreas.